Nada na vida é tão complexo quanto o amor, eu nunca entendi bem o que era o amor, até porque nunca havia amado ninguém, não pelos menos da forma como as pessoas diziam amar.
Eu já ouvira problemas de mais até ali, e ainda continuava sem nenhuma ação prática, continuava a pensar no mundo de escolhas, e tentar encontrar uma forma de voltar para lá, mas eu de fato não me recordava de como cheguei lá pela primeira vez.
E lá estava eu vagando novamente pela rua em busca de uma solução mental para os problemas que eu encontrara até ali, ainda me lembrava da surra que a criança levara na minha frente sem eu ter feito nada, me sentia fraco e covarde, mas até então eu ainda não havia confrontado meus próprios conceitos, mas naquela noite tive que enfrentar a mim mesmo.
Bem ao longe visualizei um homem, que caminhava lentamente pela rua, chutando as pedras pelo caminho, a falta de luz fazia que visse apenas a sua silhueta como uma sombra. Apressei um pouco mais os passo e o alcancei, caminhei por um tempo ao seu lado, mas ele parecia alheio a tudo o que acontecia ao seu redor, resolvi começar a conversa:
- A noite está linda não?
- Para quem tem a liberdade de achar isso sim.
Definitivamente não entendi o que ele quis dizer, mas percebi que algo estava errado com ele.
- Problemas?
- A vida é um problema!
- Tudo que tenho visto por este dia são problemas e mais problemas.
- Talvez este seja o sentido da vida, resolver problemas, ou esperar que eles se resolvam por si só.
Tudo o que eu menos queria naquele momento era filosofar, senti que o papo não iria fluir, tive então o que para mim naquele momento foi uma brilhante idéia, mas horas depois fui descobrir que foi a pior idéia que tive desde o dia que abri minha boca para balbuciar a primeira palavra.
- Vamos trocar de problema?
- Como assim?
- Eu tenho vários problemas, você escolhe um, eu lhe conto, e você me dá uma solução, você me conta o seu problema e eu lhe dou uma solução.
É convenhamos, não foi uma idéia tão brilhante assim.
- Acho que você não resolveria o meu problema.
- Porque será que as pessoas tem a mania de achar que seus problemas são sempre maiores que os problemas dos outros?
- Eu não lhe disse que meu problema é maior que o seu, só estou dizendo que você não é capaz de resolvê-lo.
- Se tivesse idéia dos problemas que tenho ouvido ultimamente não diria isso.
- Você não parece bom em resolver problemas.
- Porque diz isso?
- Você disse que tem vários problemas, eu só tenho um.
- Ah! Mas não são problemas meus, são problemas que eu ouvi e que procuro uma solução.
- Então você quer saber qual o meu problema para aumentar sua coleção.
- É, digamos que estou tentando achar um problema maior que os que já tenho.
- Ok, me conta um de seus problemas, vamos fazer a troca, depois lhe conto o meu.
Me senti feliz, porque pela primeira vez desde o inicio da nossa conversa eu vi surgir de seus lábios um sorriso, ainda que tímido, era um sorriso.
- E qual você quer ouvir, a Mulher, O Homem, A Criança, A Infiel ou O Advogado.
- Hum! Difícil escolher! O que você escolheria?
- Acho melhor não te influenciar.
- Ok, vamos pela inocência da criança, que problema uma criança poderia ter de tão grande?
Fomos caminhando, até achar um que em dado momento sentamos na sarjeta da rua, conte-lhe toda a história da criança, detalhe por detalhe, ele as vezes fazia alguns questionamentos para entender melhor tudo o que aconteceu, percebia nele um ar de interessado, aparentemente ele estava de fato entrando na história, até que enfim coloquei o ponto final na história.
- ... e desde então não consigo colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, sabendo que presenciei tudo isso e não fiz nada que mudasse o destino dessa criança.
- Mas você mudou o destino dela.
- Como?
- A medida que você acreditou nela, você fez nascer uma pequena semente, que talvez demore a germinar, mas mais cedo ou mais tarde irá dar bons frutos.
- E você ainda acha que pode ser feito alguma coisa para ajudá-lo?
- Acho que você deveria procurar as autoridades, contar toda a história, quem sabe eles não poderiam dar uma solução melhor para o caso, não é certo que esta criança permaneça nas mãos deste pai, isso pode aniquilar todos os sonhos desta criança, e fazê-la perder toda a doçura da vida.
Ele tinha razão, eu não havia mexido uma palha, até então só me lamentava pelo ocorrido, as vezes temos que tomar atitudes, ainda que não saibamos quais serão os resultados desta atitude, mas ficar esperando o tempo passar não ajudava em nada.
Olhei fixamente nos olhos dele, vi que ele trazia nos seus olhos uma carga grande de sofrimento, e à medida que eu enxergava isso nos seus olhos, eu tinha medo do que estava prestes a ouvir, foi neste momento que comecei a achar que não tinha feito uma boa troca, algo me dizia que a história que estava para ouvir, mudaria de vez quem eu sou, resolvi tentar estender nossa conversa para quem sabe não precisar ouvir sua história.
- Às vezes acho que é melhor não tomar decisão nenhuma, assim não tenho chance de errar.
- Aí é que você se engana.
- Porque você diz isso?
- Quando você deixa de tomar uma decisão, você já está tomando uma decisão, então a chance de errar ainda sim é grande, não fazer nada para mudar uma situação é ainda mais perigoso do que fazer, uma vez que tentando, você tem a consciência limpa de ter tentado, se você não faz nada, vai ficar o resto da vida pensando que poderia ter feito.
É ele tinha razão, eu estava estacionado esperando que a vida resolvesse os meus problemas, alias, os problemas que encontrei. Estava ainda diluindo tudo isso quando um questionamento dele me fez tremer:
- E agora, posso lhe contar minha história?
Eu já ouvira problemas de mais até ali, e ainda continuava sem nenhuma ação prática, continuava a pensar no mundo de escolhas, e tentar encontrar uma forma de voltar para lá, mas eu de fato não me recordava de como cheguei lá pela primeira vez.
E lá estava eu vagando novamente pela rua em busca de uma solução mental para os problemas que eu encontrara até ali, ainda me lembrava da surra que a criança levara na minha frente sem eu ter feito nada, me sentia fraco e covarde, mas até então eu ainda não havia confrontado meus próprios conceitos, mas naquela noite tive que enfrentar a mim mesmo.
Bem ao longe visualizei um homem, que caminhava lentamente pela rua, chutando as pedras pelo caminho, a falta de luz fazia que visse apenas a sua silhueta como uma sombra. Apressei um pouco mais os passo e o alcancei, caminhei por um tempo ao seu lado, mas ele parecia alheio a tudo o que acontecia ao seu redor, resolvi começar a conversa:
- A noite está linda não?
- Para quem tem a liberdade de achar isso sim.
Definitivamente não entendi o que ele quis dizer, mas percebi que algo estava errado com ele.
- Problemas?
- A vida é um problema!
- Tudo que tenho visto por este dia são problemas e mais problemas.
- Talvez este seja o sentido da vida, resolver problemas, ou esperar que eles se resolvam por si só.
Tudo o que eu menos queria naquele momento era filosofar, senti que o papo não iria fluir, tive então o que para mim naquele momento foi uma brilhante idéia, mas horas depois fui descobrir que foi a pior idéia que tive desde o dia que abri minha boca para balbuciar a primeira palavra.
- Vamos trocar de problema?
- Como assim?
- Eu tenho vários problemas, você escolhe um, eu lhe conto, e você me dá uma solução, você me conta o seu problema e eu lhe dou uma solução.
É convenhamos, não foi uma idéia tão brilhante assim.
- Acho que você não resolveria o meu problema.
- Porque será que as pessoas tem a mania de achar que seus problemas são sempre maiores que os problemas dos outros?
- Eu não lhe disse que meu problema é maior que o seu, só estou dizendo que você não é capaz de resolvê-lo.
- Se tivesse idéia dos problemas que tenho ouvido ultimamente não diria isso.
- Você não parece bom em resolver problemas.
- Porque diz isso?
- Você disse que tem vários problemas, eu só tenho um.
- Ah! Mas não são problemas meus, são problemas que eu ouvi e que procuro uma solução.
- Então você quer saber qual o meu problema para aumentar sua coleção.
- É, digamos que estou tentando achar um problema maior que os que já tenho.
- Ok, me conta um de seus problemas, vamos fazer a troca, depois lhe conto o meu.
Me senti feliz, porque pela primeira vez desde o inicio da nossa conversa eu vi surgir de seus lábios um sorriso, ainda que tímido, era um sorriso.
- E qual você quer ouvir, a Mulher, O Homem, A Criança, A Infiel ou O Advogado.
- Hum! Difícil escolher! O que você escolheria?
- Acho melhor não te influenciar.
- Ok, vamos pela inocência da criança, que problema uma criança poderia ter de tão grande?
Fomos caminhando, até achar um que em dado momento sentamos na sarjeta da rua, conte-lhe toda a história da criança, detalhe por detalhe, ele as vezes fazia alguns questionamentos para entender melhor tudo o que aconteceu, percebia nele um ar de interessado, aparentemente ele estava de fato entrando na história, até que enfim coloquei o ponto final na história.
- ... e desde então não consigo colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, sabendo que presenciei tudo isso e não fiz nada que mudasse o destino dessa criança.
- Mas você mudou o destino dela.
- Como?
- A medida que você acreditou nela, você fez nascer uma pequena semente, que talvez demore a germinar, mas mais cedo ou mais tarde irá dar bons frutos.
- E você ainda acha que pode ser feito alguma coisa para ajudá-lo?
- Acho que você deveria procurar as autoridades, contar toda a história, quem sabe eles não poderiam dar uma solução melhor para o caso, não é certo que esta criança permaneça nas mãos deste pai, isso pode aniquilar todos os sonhos desta criança, e fazê-la perder toda a doçura da vida.
Ele tinha razão, eu não havia mexido uma palha, até então só me lamentava pelo ocorrido, as vezes temos que tomar atitudes, ainda que não saibamos quais serão os resultados desta atitude, mas ficar esperando o tempo passar não ajudava em nada.
Olhei fixamente nos olhos dele, vi que ele trazia nos seus olhos uma carga grande de sofrimento, e à medida que eu enxergava isso nos seus olhos, eu tinha medo do que estava prestes a ouvir, foi neste momento que comecei a achar que não tinha feito uma boa troca, algo me dizia que a história que estava para ouvir, mudaria de vez quem eu sou, resolvi tentar estender nossa conversa para quem sabe não precisar ouvir sua história.
- Às vezes acho que é melhor não tomar decisão nenhuma, assim não tenho chance de errar.
- Aí é que você se engana.
- Porque você diz isso?
- Quando você deixa de tomar uma decisão, você já está tomando uma decisão, então a chance de errar ainda sim é grande, não fazer nada para mudar uma situação é ainda mais perigoso do que fazer, uma vez que tentando, você tem a consciência limpa de ter tentado, se você não faz nada, vai ficar o resto da vida pensando que poderia ter feito.
É ele tinha razão, eu estava estacionado esperando que a vida resolvesse os meus problemas, alias, os problemas que encontrei. Estava ainda diluindo tudo isso quando um questionamento dele me fez tremer:
- E agora, posso lhe contar minha história?
Este é um texto de ficção.
Os outros capitulos da série podem ser encontrados nos links abaixo:
Um Mundo de Escolhas
Um Mundo de Escolhas – A Mulher
Um Mundo de Escolhas – O Homem
Um Mundo de Escolhas - A Criança
Um Mundo de Escolhas - A Criança e Seu Retorno Para Casa
Um Mundo de Escolhas – A Infiel
Um Mundo de Escolhas – O Advogado
Um Mundo de Escolhas – A Infiel
Um Mundo de Escolhas – O Advogado
Fonte da Imagem: http://www.sxc.hu/photo/655086
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