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sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Carrasco Analder


Hoje é dia de apresentação do Trabalho de OE (Organização de Empresas), do Professor Simão, na ETEC, antes mesmo dos alunos se apresentarem eles já sabem a quem temer, é criou-se o habito de cultuar que eu e minha a professora Cristiane somos os maiores carrascos nas apresentações dos trabalhos de OE.
Tudo bem, eu confesso, não sou assim tão bonzinho, mas cabe uma explicação, eu até compreendo que depois de algum tempo de trabalho os alunos esperam ouvir só elogios dos trabalhos que realizaram, eu também sou assim, mas ouvir criticas, é muito melhor para o crescimento pessoal do que ouvir elogios, quando somos elogiados caímos no engano de achar que chegamos a perfeição, e não é bem assim, jamais podemos admitir para nós mesmos que chegamos a perfeição, isso porque se assim pensarmos, ficaremos estagnados, sem nenhuma disposição para mudanças. Então semestre após semestre eu antes de abrir a minha boca deixo bem claro, tudo o que digo nas apresentações dos trabalhos, seja de OE, ou mesmo do TCC é para o crescimento pessoal do aluno, se eles ao invés de tomar isso pelo lado pessoal entendesse o real objetivo de uma critica, entenderia minha posição.
Pra mim, seria muito cômodo, enquanto professor, apenas elogiar os alunos, parabenizá-los pelas brilhantes idéias e sair da apresentação como o professor mais bonzinho da turma, mas quem me conhece sabe que não sou assim, eu não ficaria feliz comigo mesmo se assim o fosse. Eu acredito que os alunos precisam de vez em quando de um choque de realidade, e quase sempre sou eu quem o faz. Na verdade essa fama minha e da Cris provavelmente foi lançada por algum aluno de ego grande que não conseguiu entender nossos objetivos, pra ser sincero a grande maioria entende perfeitamente que tudo o que dizemos é par ao crescimento pessoal deles, mas todo mundo conhece aquela história de que uma maça podre estraga todo um cesto.
Eu tenho minha marca registrada, e os alunos sabem bem disso, não acho que sou sarcástico de verdade, eu apenas digo, muitas vezes o que as pessoas precisam ouvir e que a maioria não tem coragem de dizer, vejamos um exemplo que ocorreu na Escola Adolpho de Motuca, ontem ocorreu lá o segundo dia do provão do ensino fundamental, os alunos tinha no mínimo uma hora para realizar a prova, com menos de 20 minutos um aluno todo feliz ficou se gloriando por ter terminado a prova, dizendo ter chutado tudo, quando vi já tinha falado, essas coisas escapam, eu juro que tento me controlar, mas enfim falei “- Um dia é a vida que vai te chutar”.
A realidade da educação hoje é muito triste, e claro que todo mundo coloca a culpa nos professores, como se fossemos os únicos no processo, ninguém quer admitir sua parcela de culpa, é bem mais fácil culpar o outro, mas desde que comecei a dar aulas no ensino fundamental, muitas coisas se explicaram. Grande parte dos alunos, e ainda bem que não são todos, não querem nada da vida, e isso é tão triste.
Outro dia escrevi um post sobre os jovens, naquele dia recebi algumas criticas dizendo que eu estava revoltado com a juventude, e de fato estava naquele dia, hoje não, acho que meu status hoje é mais de conformado do que de revoltado.
A juventude de hoje não tem objetivos e exatamente por isso está da forma como está.
Eu fico realmente feliz quando vejo um aluno preocupado com o resultado do seu trabalho, isso mostra que ele realmente está interessando, triste mesmo é aquele aluno que não sabem nem mesmo o que é o seu trabalho, é perfeitamente aceitável que um aluno esteja nervoso diante da apresentação e cometa erros durante a apresentação, ainda são imaturos no que tange apresentação do trabalho, o que realmente assusta os alunos nos trabalhos de OE são as perguntas que não querem calar, para que quem não sabe do que se trata o trabalho de OE eu explico, consiste em um grupo de aluno tornar-se empresário e apresentar para um público o seu mais novo produto, que em geral deve ser inédito. Claro que esse trabalho permite os alunos voarem alto, esta é a idéia do Professor Simão, o grande problema é que os alunos costumam viajar alto sem o uso do pára-quedas, e isso não é bom, eu com meu ceticismo e grau elevado quero entender como as coisas funcionam, é fácil inventar por exemplo um computador que funcione sem energia elétrica, o difícil é explicar como então ele vai funcionar, e é isso que os alunos temem, porque na maioria das vezes eles não foram atrás de nenhum embasamento técnico para sua criação como se fosse possível explicar que uma roda quadrada fosse mais eficiente que uma redonda.
Bom prometo me comportar hoje durante a apresentação, e que fique bem claro, isso não quer dizer fechar os olhos e muito menos ser diplomático, estou apenas prometendo que vou me policiar, principalmente porque com a ausência da professora Cristiane, eu devo chegar ao próximo semestre como único carrasco.

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