O Monstro do TCC – Parte Final

8 de julho, dia em que enfim encerrou-se a saga do monstro do TCC, confesso que ver a colação de grau dos meus heróis foi como ver o capitulo final de uma trilogia, fica sempre aquele gostinho de quero mais, mesmo sabendo que não haverá mais, fim é fim e pronto e acabou. Ver um a um subindo as escadas para que eu lhes colocasse o chapéu e lhes conferisse o título de técnico foi algo realmente muito gratificante, era triste saber que possivelmente aquele era o último abraço que eu poderia dar em cada um dos meus heróis, alguns deles possivelmente seria a última vez que os viria, isso acontece tanto na vida de um professor, que aos poucos vamos nos acostumando.
Ver a carinha deles de felizes, satisfeito com a vitória foi algo realmente gratificante, poder falar ao pé do ouvido minhas últimas palavras para eles tornou o fim ainda mais belo, com muitos eu não tive esta oportunidade, mas com meus heróis eu pude.
Me senti muito feliz quando me escolheram para se o patrono da Turma, devo confessar que eu nunca quis tanto este posto, me senti imensamente feliz das outras duas vezes que o ocupei, ser lembrado é sempre bom, mas essa foi a turma dos meus heróis e não ocupar este posto nesta turma talvez me deixasse profundamente triste.
Eu gostaria neste capitulo final de agradecer a cada um dos membros do clube dos meus heróis, que tornaram este um ano que passei com eles muito agradável, eu espero ter conseguido tornar o caminho deles agradável também.
Sei que esta história não acaba aqui, não com todos, eu sei que ainda há espaço para grandes amizades entre nós, mas queira ou não, quando entreguei-lhes o chapéu como símbolo do grau adquirido eu os estava libertado da sublime missão, o Monstro do TCC foi uma figuração, muito mais que terminarem um trabalho de conclusão de curso, eles terminaram uma etapa da vida, e por isso são heróis, porque a grande maioria não chegam a este estágio, não chegam ao fim, portanto, perseverar, insistir, lutar são características básicas de um herói, e todos eles tiveram um pouco ou muito disso.
Não queira mesmo que este fosse o fim, mas sei que eles aguardavam ansiosos por este momento, tirar as correntes das mãos era o maior desejo de cada um, eu até sei que ficará agora na cabeça de cada um todas as lembras que viveram juntos por este um ano e meio, e mais tarde talvez ainda desejem que o tempo volte atrás, mas cá estou eu a dizer que infelizmente, este foi o fim mesmo, e nem mesmo o tempo trará qualquer coisa de volta, no futuro, a escola estará lá, talvez os professores ainda estejam lá, você ainda conhecerá seus amigos de turma, mas a turma jamais voltará, esse é um dos mais belos dilemas da vida, fantasiar que nada acaba, insistir para nós mesmos que tudo será eterno, guardar na nossa memória momentos mágicos que vivemos por um tempo com algumas pessoas, como se fosse realmente possível eternizar tal momento. Ainda teremos fotografia para comprovar que tais momentos bons de fato existiram, mas jamais poderemos deixar que outras pessoas sintam tudo aquilo sentimos.
Agora tenho um novo semestre pela frente, novos heróis, uma nova missão, mas jamais conseguirei apagar da memória os bons momentos vividos nesta batalha que se findou, esta é sem dúvida a maior remuneração de um professor, ter alunos, que ao final do ciclo se transforma em amigo!
Aline e Gabriela, sentirei falta da reclamação honesta de vocês, admitir não gostar de alguma coisa e ainda sim ir até o fim é de fato um ato heróico
Lucilene e Marli, minhas mais adoráveis guerreiras, estar entre tantos adolescentes acho que trouxeram um pouco mais de vitalidade para vocês, poder acompanhar a vitória de vocês foi muito gratificantes para mim, sempre torci muito por vocês, é bom estar ao lado de pessoas que não gostam de fazer parte das estatísticas.
Gabi e Shimada, vocês forma um casal perfeito, e sempre vi em vocês um pouco da ironia que muitas vezes é uma marca minha, acho que isso me deixou mais próximos de vocês, gosto de pessoas que falam o que tem que falar, ainda que as pessoas a sua volta pode não entender o que isso quer dizer, é que na verdade por vezes é preciso ser sábio para entender o que nossas palavras querem dizer.
Vinicius algumas vezes você me fez ir além do que estava acostumado e isso tornou o meu caminho ao lada de vocês ainda mais prazeroso, ter alguém tão inteligente como você ao lado, nos faz por vezes também nos sentir um pouco mais inteligentes.
Érica, teu silencio por vezes foi meu maior mistério, mas teu raciocínio lógico e sua capacidade de ver as coisas da maneira mais fácil possível foi sem dúvidas admirável.
Carol você foi por muito tempo minha maior incógnita, você chegou quando a história já tinha começado e não conhecer alguém no meio de um grupo que eu sempre admirei foi assustador, mas você herdou tanta coisa boa de sua mãe que bem no finalzinho eu compreendi tudo, ah eu adorei o seu irmãozinho, será que ainda o terei como aluno?
Imara e Inaiaira, que dupla é essa? Confesso que foi sempre difícil saber quem era quem, mas acho que bem no fundo é porque vocês duas eram uma única pessoa e talvez nunca tenham percebido isso. Inaira seu carinho me cativou muito, poucas vezes tive uma aluna tão carinhosa quanto você, isso desfez algumas pedras no meu coração, muito obrigado.
Rafael, o estranho no ninho, que fez do ninho a sua casa, eu sempre achei que o Rafael deveria ter ficado do outro lado, mas fui surpreendido quando o questionei, e ele disse que não, que preferia aquele lado mesmo, e fazia mesmo sentido, toda a sua turma estava do outro lado então o melhor era fazer parte de outra turma.
Fernanda Ornelas, a menina caloteira que fez doar uma foto 3x4 em troca de uma foto que nunca chegou, a Fernanda trazia consigo recomendações do Tiago e do Lucas, até hoje não sei dizer se isso foi bom ou ruim, ela invadiu meu twitter, fez greve contra meu blog... Mas dedicou-se, ainda lembro dela no primeiro dia de aula de TCC com carinha de quem não queria nem ver o monstro na frente, e ao final foi uma das mais entusiasmada com o resultado.
Natália, quem sempre levou a culpa por tudo de errado que acontecia na biblioteca municipal, mesmo quando ela concordava que estava errado, ainda sim a culpa era dela, sempre quieta, mas sempre atenta.
Everton o homem do calaboca Raman, ainda ta me devendo o vídeo heim rapazinho, seu único defeito é ser torcedor do corinthians além é claro de estar sempre armado com pedras para jogar em qualquer um que ousar a desafiá-lo, mas sabe-se que tem um bom coração, ele joga as pedras de vagar para não machucar.
Lidiane e Zaine, grades turistas estas, Lidiane até que não tanto me lembro bastante do rostinho dela nas aulas, a menina do twitter, sempre twittando, mas já faz tempo que não a vejo por lá, será que só fazia isso durante a aula?
A Fran que desde o inicio deixou claro que não queria carregar o peso de ser irmã Lainha, e reafirmou durante todo o curso isso, não queria ser comparada, era diferente e pronto!
Bom é possível que eu tenha esquecido de alguém, a Paloma por exemplo cuja voz me irritava profundamente, o Mateus, estrangeiro que soube ocupar o seu lugar no grupo, o Felipe quase sempre calado entre outros tantos, se me esqueci de alguém peço desculpa, mas encerrar a história de certa forma me faz esquecer um pouco de tudo, não que eu queira, mas é que a necessidade faz isso com a gente. Terei cada um de vocês na lembrança, e um dia ou outro a gente se encontra por ai.
Gostaria de encerrar a história com um “e todos foram felizes para sempre”, mas sabemos que não é assim, hoje encerra a saga do Monstro do TCC, que nada mais foi que uma metáfora para o período que vivemos juntos, mas ao encerrar esta história, muitas outras começam, e nestas eu serei apenas figurante na lembrança de cada um, talvez coadjuvante, mas nunca mais poderei assistir ao espetáculo de camarote!
Nossa história estará eternizada no blog, guardada a sete chaves na minha memória, e espero que nem mesmo um mostro como o Alzheimer me faça esquecer o rostinho de cada um de vocês.
Segue as fotos do nosso último encontro oficial, como professor e alunos, como meus heróis: