Foto: Luca Baroncini
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Por mais que gostamos de uma pessoa, só é possível saber o quanto de fato gostamos, e o quanto essa pessoa faz falta em nossa vida, quando não podemos mais desfrutar da presença desta pessoa.
Mamãe se foi, e agora eu e papai precisaríamos aprender a começar tudo de novo, a seguir em frente sem ela, eu era apenas uma criança e tive que amadurecer de uma hora para outra, papai era um adulto que de uma hora para outra virou uma criança.
Como dói lembrar do estado do meu pai naqueles dias que sucederam a morte de mamãe. Bem lá no fundo, ele alimentava a idéia de que a culpa era toda dele, e por mais que todos o tentassem convencer do contrário, era visível que ele não dava a mínima, papai parecia não viver mais no mesmo mundo, as vezes saia de casa para ficar vagando no vazio, ele não estava indo trabalhar naqueles dias, não tinha condições para isso, uma funcionária de papai é que cuidava da gente naqueles dias, ela é quem preparava nossa comida, nossas roupas e tudo o que fosse necessário.
Papai apesar de um homem forte parecia sucumbir diante de tudo o que havia acontecido, e durante uma semana convivi com um homem que definitivamente não era meu pai.
No domingo papai já apresentava sinais de melhora, pela primeira vez desde que mamãe partiu eu via meu pai tentando se desfazer de toda aquela dor que agora carregava, naquele domingo fomos ao parque, como costumávamos fazer quando mamãe estava com a gente, sentamos no gramado de frente ao lago e ali ficamos por muito tempo, papai me contou várias histórias, inclusive toda a sua história com mamãe, todas as dificuldades que enfrentaram para levar a diante o amor dos dois, foi muito bom poder ver meu pai sorrir novamente, era como se nossa vida estivesse de fato recomeçando, como era bom poder enxergar uma nova vida, ainda que sem mamãe.
Você já parou algum dia para pensar o quanto a vida às vezes nos faz de bobo? Nos faz acreditar que a felicidade está muito mais perto que imaginamos, talvez para amenizar a nossa dor, mas será que não seria bem mais fácil nos jogar na cara tudo de uma vez, para que pudéssemos enfrentar todos os nossos medos de uma única vez?
Somos todos responsáveis pelas escolhas que fazemos, somos os únicos responsáveis.
Naquele dia papai decidiu que voltaria a trabalhar no dia seguinte, eu num gesto de coragem e pretendendo dar força ao meu pai decidi que voltaria pra escola, era hora de seguir em frente.
Meu pai me acordou logo cedo para me arrumar para ir pra escola, tomamos café juntos, que ele mesmo preparara, a nossa nova vida estava enfim recomeçando.
Este é um texto de ficção.
Os outros capitulos da série Um Mundo de Escolhas podem ser encontrados nos links abaixo:
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Um Mundo de Escolhas
Um Mundo de Escolhas – A Mulher
Um Mundo de Escolhas – O Homem
Um Mundo de Escolhas - A Criança
Um Mundo de Escolhas – A Mulher
Um Mundo de Escolhas – O Homem
Um Mundo de Escolhas - A Criança
Um Mundo de Escolhas - A Criança e Seu Retorno Para Casa
Um Mundo de Escolhas – A Infiel
Um Mundo de Escolhas – O Advogado
Um Mundo de Escolhas - O Homem Que Amava Outro Homem Um Mundo de Escolhas – A Infiel
Um Mundo de Escolhas – O Advogado
Um Mundo de Escolhas – A Minha Escolha
Um Mundo de Escolhas – Essa é minha história
Um Mundo de Escolha – O primeiro Laço Rompido
Um Mundo de Escolha – A Despedida de Mamãe
Um Mundo de Escolhas - Tentando Seguir em Frente
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