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Agora não da mais para fugir, depois disso, eu teria desenterra um assunto a muito esquecido, quando eu lhe perguntei aquilo, ele ficou atônito, como se por um minuto parasse para refletir que a situação dele não era assim tão ruim quanto imaginava.
Enquanto ele sem palavras me olhava, eu repassava toda a cena daquele dia trágico, me lembro de abrir a porta da sala e encontrar o bilhete sobre a mesa, me lembro de ter pego o bilhete e passar os olhos rapidamente sobre as palavras escrita do meu pai, consigo até ouvir o grito que dei, e me recordo ter saído correndo...
- Como assim?
- Eu ainda ouvi dele um último conselho, antes que ele se entregasse para morte.
- Eu nunca vi ninguém morrer.
- É eu Imaginava isso mesmo. Posso lhe contar minha história?
- Claro.
Comecei então a fazer aquilo que nunca fizera em toda minha vida, contar a minha história, até então eu só ouvira a história dos outros, acho que bem no fundo tudo o que eu estava tentando era esconder de mim mesmo todo o passado marcado pelas escolhas erradas que meu pai fez.
Nasci bem longe daqui, fruto de um amor quase proibido, meus pais eram primos, e a família deles nunca aceitaram o relacionamento, mas o amor entre eles foi algo arrebatador, e quando perceberam que não teriam o apoio dos familiares, fizeram as malas e partiram rumo a um mundo desconhecido, mas um mundo no qual eles poderiam vivenciar o amor deles em sua totalidade, eram jovens ainda, papai tinha acabado de chegar aos 19 anos, mamãe 17. Logo que chegaram aqui começaram a construir a vida deles, papai sempre muito trabalhador, começou de baixo, mas aos poucos, a custo de muito suor e trabalho consegui entrar para uma faculdade, neste período mamãe ficou grávida a primeira vez, mais perdeu o filho aos 6 meses de gravidez, pouco mais de um ano depois engravidou pela segunda vez, foi quando vim ao mundo, nasci três dias depois da formatura de papai, meu pai tornou-se um arquiteto, e conseguiu subir na vida apenas com seus próprios esforços, mas apesar de trabalhar muito, papai nunca trocou a nossa família pelo trabalho, estávamos sempre em primeiro lugar na sua vida.
Éramos uma família feliz, muito feliz por sinal, mas éramos só nós, nunca conheci ninguém da família de meus pais, era como se eles não tivessem passado, e o interessante, é que pelo que me lembro eles não se importavam nenhum pouco com isso, meus pais eram completamente apaixonados um pelo outro, e por mim, tive uma infância feliz, repleta de carinho.
Mas tudo começou a mudar quando meu pai decidiu mexer no passado, me lembro de ouvi-los conversar sobre isso, meu pai queria voltar a casa de seus pais, achava que já era hora de acertar tudo com as famílias dele, achava que por ter superado tudo, construídos juntos uma vida, teriam o perdão dos familiares. Mamãe discordava totalmente, ela não queria mexer no passado, tinha certeza que não seria aceita de volta, que seu pai com certeza tinha cumprido a promessa de esquecê-la de uma vez por todas, mamãe definitivamente não queria, mas papai parecia precisar disso, foi a primeira e única vez que vi eles discordarem de alguma coisa.
Ainda que contra sua própria vontade, mamãe decidiu fazer a vontade de meu pai, fizeram os planos de como e quando fariam a viagem, papai estava super empolgado, parecia feliz, como uma criança que perdeu um brinquedo e está prestes a encontrá-lo novamente. Eu me recordo muito vagamente de tudo, havia acabado de completar meus 10 anos de idade, não me recordo nem mesmo o nome da cidade para onde estávamos indo, mas lembro-me que era longe, pois a viagem demoraria mais de um dia.
Tínhamos acabado de deixar a cidade, foi tudo muito rápido, só me lembro das últimas palavras de minha mãe:
- As escolhas que fazemos muda todo o curso da nossa vida, depois da escolha feita não dá mais para voltar atrás, no máximo poderemos escolher tentar corrigir os erros, mas bem no fundo, não há escolhas erradas, há escolhas feitas sem pensar.
Isso ficou gravado na minha mente, nunca entendi bem porque mamãe disse aquilo naquele momento, estávamos em silêncio quando ela disse aquilo, não sei, as vezes acho que aquela era a última mensagem que mamãe queria nos deixar, como se previsse o que iria acontecer, papai também não entendeu, ele virou-se para ela perguntou:
- Do que você está falando querida?
Não consigo me recordar de mais nada, quando acordei estava no hospital com papai chorando do meu lado.
Este é um texto de ficção.
Os outros capitulos da série Um Mundo de Escolhas podem ser encontrados nos links abaixo:
Um Mundo de Escolhas
Um Mundo de Escolhas – A Mulher
Um Mundo de Escolhas – O Homem
Um Mundo de Escolhas - A Criança
Um Mundo de Escolhas - A Criança e Seu Retorno Para Casa
Um Mundo de Escolhas – A Infiel
Um Mundo de Escolhas – O Advogado
Um Mundo de Escolhas - O Homem Que Amava Outro Homem Um Mundo de Escolhas – A Infiel
Um Mundo de Escolhas – O Advogado
Um Mundo de Escolhas – A Minha Escolha
Um Mundo de Escolhas – Essa é minha história
Um Mundo de Escolha – O primeiro Laço Rompido
Um Mundo de Escolha – A Despedida de Mamãe
Oiie!! Fazia tempo que não comentava por aqui! Tava meio corrido esses dias! Mas sempre vinha aqui nem que fosse para ler um tópico só! uuhasua
ResponderExcluirA série Um Mundo de Escolhas é muito Linda! ^^
Ah... e pq parou de colocar as estréias de filme hein? Eu gostava, assim dava vontade de assitir! suahshua Tá eu sei que sou folgada...
Bju! Analder.. Saudades de Vc!
Ola Gabi, que bom que está de volta, tava com saudades.
ResponderExcluirUm mundo de Escolhan continua, daqui dois ou tres capitulos encerro a primeira temporada.
Sobre as estréias, falta um pouco de tempo para pesquisa mais apurada sobre os filmes, e fim de ano o tempo é curto, mas pretendo voltar.
Nem no cinema eu tenho ido por falta de tempo.
Preciso ir ver o Harry!
Beijos, e volte sempre!
Como assim vc ainda não viu o Harry? suhaushausi
ResponderExcluirBju!! ;**
NOSSA QUE TRISTE
ResponderExcluirE piora viu Fatima, amanha entra no ar mais um capitulo!
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