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sábado, 18 de dezembro de 2010

Um Mundo de Escolha – A Despedida de Mamãe


A perda de minha mãe foi algo profundamente doloroso, para uma criança, perder alguém assim é algo que marca profundamente, me vem agora a mente as cenas do enterro de mamãe, durante o velório éramos em poucos, não tínhamos familiares, as poucas pessoas que apareceram foram os amigos de papai e mamãe.
Meu pai ficou do meu lado o tempo todo, mas papai estava talvez mais abalado que eu, mas mostrava-se forte o tempo todo.
Em um momento me desgarrei do meu pai, entrei no cemitério e fiquei a observar todos aqueles túmulos, ficava pensando o tanto aquelas pessoas que ali estavam deixaram saudades, eu tentava imaginar como seria a minha vida agora sem minha mãe, na verdade eu não conseguia imaginar.
Sentei-me por uns instantes e me vinha a mente o sorriso de mamãe, era difícil acreditar que nunca mais a veria, e repente do meu lado sentou um senhor:

- Está tentando compreender o que aconteceu?
- Na verdade estou tentando pensar como será daqui para frente.
- Sua mãe estará sempre com você, onde é que ela esteja, ela estará olhando por você.
- Existe uma explicação para isso?
- Para o que?
- Levarem minha mãe de mim assim tão cedo.
- Eu poderia tentar te falar de muitas coisas, mas creio não ter explicações para isso, não é justo, mas sabe garoto, nada na vida é justo, é bom que você comece a entender essas coisas.
- Estão tentando me ensinar isso da pior forma possível.
- Você ainda tem seu pai, que lhe ama muito, você precisará dar força para ele.


Neste momento papai chegou, cumprimentou o senhor, e saíram caminhando conversando, e eu fiquei lá, ainda pensando em tudo aquilo. Era desesperador pensar que teria que passar o restante da minha vida sem ter minha mãe por perto.
A parte mais triste de um velório é quando acontece o sepultamento, acho que porque é só ali que nos damos conta de que o fim realmente chegou. Quando o caixão começa a descer, vai se esgotando a esperança, nos damos conta de que não é um pesadelo, me lembro perfeitamente desta situação, ainda ouço o barulho que fez as flores que joguei para minha mãe, é um som absolutamente ensurdecedor, é como se nos dessem um soco na cara, eu ficava olhando para o caixão enquanto outras pessoas jogavam flores, mas aquelas pessoas não sentiam o mesmo que eu.
Quando todos haviam jogado suas flores, só restava meu pai, e a cena me vem a mente, ele se ajoelhando diante do buraco na terra, e aos prantos gritando que não saberia viver sem ela, é triste lembrar de meu pai nessa situação, as lagrimas de meu pai naquele dia marcariam para sempre minha vida, naqueles poucos minutos eu amadureci muito, vendo meu pai chorar daquela maneira eu percebi que a dor dele era ainda maior que a minha, e acho que foi isso que me conformou, saber que para mim a perda era um pouco menor do que para ele.
Todos saíram e ficamos apenas papai e eu, ficamos ainda mais um pouco ali juntos nos momentos finais de despedida da minha mãe, fomos para casa, tentar recomeçar nossas vidas.


Este é um texto de ficção.
 
Os outros capitulos da série Um Mundo de Escolhas podem ser encontrados nos links abaixo:
Um Mundo de Escolhas
Um Mundo de Escolhas – A Mulher
Um Mundo de Escolhas – O Homem
Um Mundo de Escolhas - A Criança

Um Mundo de Escolhas - O Homem Que Amava Outro Homem 
Um Mundo de Escolhas – A Minha Escolha
Um Mundo de Escolhas – Essa é minha história
Um Mundo de Escolha – O primeiro Laço Rompido
Um Mundo de Escolha – A Despedida de Mamãe





2 comentários:

  1. cara , me add no msn de novo , te passei o e-mail por um coments , vc nem tchum ¬¬'
    camila.filo@hotmail.com

    bjbj , fico esperando;

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  2. Camila, eu acho até que respondi seu comentário... vc ja estava add naquele msn que havia me passado, te adicionei novamente neste que passou hoje, espero que de certo agora.

    Beijão!

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